Salve! Este é o início de uma
série (muito provavelmente longa) de reportes de aventura, contando as
aventuras e (mais recorrentes) desventuras do maior grupo de heróis
desbravadores que Tellerian já viu. Antes que os reportes comecem,
inicio com a narração de eventos muito anteriores à campanha,
consistindo de alguns eventos dos backgrounds do personagem e bases da
história.
Os personagens são a elfa ladina Laurana (Julia), o elfo monge Gadeus (Neto), o bárbaro meio orc Ugo (Caio), o feiticeiro meio anjo Kaly (Eddie), a paladina draconato Brianna (Marcela) e o arcanista milenar Rafiki (Arthur).
Pré Narrativa #8 - Hogg, O Filho da Serpente
As raças goblinóides de Tellerian, sejam orcs, ogros ou goblins; possuíram uma civilização durante a Era da Criação. Orcs foram por muito tempo os guardiões das florestas, druidas e rangers cuja religião se voltava ao culto da natureza. Goblins, espertos por natureza, criaram muitos dos utensílios que hoje os humanos usam no dia-a-dia, como as rodas, os barcos e as represas.
No entanto, quando Nidufag, o Rei Cinzento, morreu, seus muitos filhos começaram uma guerra pelo trono. Pressionados a entrarem numa aliança, os goblins se afastaram de seus parentes maiores. Os ogros, raça naturalmente selvagem, se separaram em pequenos grupos, mudando-se para lugares remotos.
Assim, os treze clãs dos orcs guerrearam, comandados pelos treze filhos de Nidufag. A guerra os levou à ruína e sete clãs foram dizimados. Com a conta dos anos aumentando, pouco a pouco os orcs esqueceram o motivo de sua guerra, e quando o conflito cessou, nada mais restava de sua civilização.
Muitas das cidades de rocha que haviam construído foram tomadas por anões, seus rivais. As cidades portuárias que haviam construído junto dos goblins, tomadas por homens. Suas vilas e suas clareiras ritualísticas, completamente dominadas por orelhas pontudas. Tudo que um dia construíram não pertencia mais a eles.
Feridos, cansados e perdidos, os clãs iniciaram seu êxito. Bermarc foi para o norte com seus filhos, netos e bisnetos - o filho pródigo de Nidufag resgatou um pouco da glória do pai nas terras geladas do norte, gerando uma genealogia de orcs brancos.
Sirufax tentou cruzar o mar, mas muitos de seus barcos afundaram e ao chegar em Khalifor, foram afugentados pelo povo negro que lá vivia, tornando-se pouco mais que nômades bárbaros. Gragga e sua prole adentrou nas montanhas, tentando resgatar suas cidadelas subterrâneas e lá vivem até hoje - orcs negros de olhos imensos, os inimigos mais temidos dos anões.
Segga e Brod uniram-se e foram para o sul, entrando nas florestas inexploradas para nunca mais voltar.
Mas o filho mais terrível de Nidufag, Rarlok Lobovermelho, reuniu a sua volta os mais monstruosos dos seus. Distorcendo as tradições druídicas de seu povo para um culto sanguinário aos espíritos dos lobos, Rarlok gerou um clã imenso, devasso e furioso. Orcs brutos que cruzavam entre si e com animais, estupravam quaisquer fêmeas que capturassem, gerando filhos ainda mais cruéis.
Hogg, O Filho da Serpente |
Esse povo inescrupuloso e desunido se tornou uma das maiores ameaças a quem quer que vivesse em Solamnia, mas felizmente eram incapazes de formar alianças. Eram. Até que Hogg surgiu.
Alguns dos seus dizem que seu pai, Trovard, cruzou com uma serpente, alguns diriam até com uma hidra, para que Hogg nascesse. O que se sabe é que ele tem a pele como escamas de cobra.
Hogg matou o próprio pai com uma adaga feita dos ossos da mãe morta, fosse ela uma serpente, uma hidra ou outra coisa ainda pior. Vindo de lugar nenhum, submeteu ogros no combate desarmado, como manda a tradição desta raça primitiva, aliou-se com algumas das matriarcas goblins e um a um, venceu os líderes do clã de Rarlok.
O último deles, Dagmar, rasgou-lhe a boca, antes que fosse vencido. Assim, com todos os líderes orcs ajoelhados diantes de si, Hogg - ainda com os lábios partidos ao meio - falou para seu povo:
- Elfos tomaram nossas florestas. Anões tomaram nossas cavernas. Homens tomaram nossas cidades. Não mais. Os espíritos da floresta me fizeram forte. Deram-me olhos como os das águias, dentes como os dos lobos, a pele imortal das serpentes e a força dos ursos. Eu sou seu líder e vos digo: o que foi nosso, nos tempos de Nidufag, será nosso outra vez, nestes tempos... Nos tempos de Hogg!
Com um uivo animalesco, o povo goblinóide acendeu fogueiras tão grandes quanto casas, iluminando as nuvens de vermelho. Sob o comando de Hogg, louvaram seus deuses antigos uma vez mais, antes de partir ao encontro dos reinos élficos.
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