Salve, salve, salve! Esta narrativa conta fatos offgame, que os jogadores não fizeram parte - ao menos não diretamente. As narrativas como esta serão um modo de mostrar as pequenas e grandes mudanças que os jogadores causaram em Tellerian, para o bem ou para o mal.
Os personagens são a elfa ladina Laurana (Julia), a senhorita discórdia, que sempre pensa em si mesma antes de qualquer coisa; o elfo monge Gadeus (Neto), o mais comedido do grupo, com a pior mão de todos (haja falha crítica); o bárbaro meio orc Ugo (Caio), que apesar de ser o louco do grupo, algumas vezes põe os óculos da sabedoria e vira o conselheiro; o feiticeiro meio anjo Kaly (Eddie), que tem um código dos heróis, mas sempre acha brecha pra fazer coisas erradas (os Deuses estão vendo); a paladina draconato Brianna (Marcela), que definitivamente deixaria você morrer só pra dar mais uma machadada no inimigo; e o arcanista milenar Rafiki (Arthur), também conhecido por sua arte de tortura física e psicológica (você ainda tem dezoito dedos...).
Narrativa #1 - Os Juízes do Silêncio
A sala estava cheia de pó escuro. Pedaços de vidro e hastes de metal jaziam por toda a parte. Várias poções haviam se derramado sobre as mesas e rolos de pergaminho agora se desfaziam na solução que borbulhava no chão.
Parnacus não fora conhecido por seu autocontrole durante a vida. Agora, semivivo dentro daquele orbe, isto não mudara. Podia ver e ouvir o que se passava do outro lado do mar, no recôndito de cada floresta, mas não podia mover a si mesmo. Embora tivesse se tornado quase um deus, havia um preço. Sua consciência transcendente se perdia em devaneios frequentes e isso o assustava. A cada dia, temia deixar para trás aquilo que o individualizava, se mesclando à Vontade da natureza. Temia se perder em viagens astrais, incapaz de saber quem era ou de onde viera.
O corpo do velho estava no chão. Descansava a cabeça numa poça do próprio sangue. Parnacus trespassara seu crânio com uma estalactite durante o acesso de fúria.
Na penumbra verde, o espírito cristalizado do arquimago pensou e refletiu. Horas se passaram, dias. Para ele pareciam meses, anos, séculos. Após mergulhar na memória e na profunda consciência que adquirira, foi acometido por uma epifania, e o orbe brilhou com seu ímpeto.
Como a serpente que rasteja para fora da toca, a consciência de Parnacus deslizou para fora da caverna e por sobre o deserto. Buscou longe entre as mentes fervilhantes de uma grande cidade, até encontrar quem procurava.
Sethrakian, o juiz. Já em idade avançada, o homem tocava um bar, fachada para uma academia subterrânea, na qual ele treinava caçadores de monstros. Homens e mulheres motivados por sentimento de vingança contra criaturas noturnas; sentimento esse que Seth moldava para criar os melhores exterminadores que Tellerian pudera conhecer.
Diferente dos paladinos, aqueles que Seth treinavam não se submetiam a deus algum. Não usavam da magia branca. Agiam como foras-da-lei, invadindo casas e castelos como gatunos, carregando lâminas escondidas, armas contrabandeadas de Khalifor e apetrechos mecânicos criados pelos povos orientais.
- Seth... - chamou o Orbe e o velho parou de limpar a mesa que esfregava com vigor.
- Você de novo, hein? Io non irei ser novamente capacho. - pensou Seth, respondendo ao arquimago.
- Sabes que eu vejo a tudo, Sethrakian. Há algo que tu deves fazer por mim. - com sua magia, o orbe mostrou ao velho lampejos de memória, dando-lhe conhecimento do grupo que entrara em sua caverna e a carga tão preciosa que eles carregavam - Tens de tomar estas cartas de volta, homem velho. Ou ensinar a estes noviços como domá-las.
- Já tenho mais discípulos do que quero. Dispenso.
- Eles estão a combater o elfo escuro também.
À menção daquele, o velho se empertigou. Olhando para sua bengala negra, cujo lobo de prata no topo o encarava, Seth pigarreou.
- Então nossos caminhos hão de se cruzar.
- Um deles irá se separar dos outros. Se não achá-lo antes, o outro vai tomar para si uma das cartas.
- Basta. Leva essa tua voz irritante para outro lugar, tenho coisas para cuidar.
Tão logo a presença de Parnacus se desfez, Seth sentou na cadeira atrás do balcão. Agarrando o topo da bengala com firmeza, girou o lobo no próprio eixo e o objeto estalou. Lentamente, puxou a lâmina que trazia escondida dentro do bastão escuro.
- Kisara! - chamou ele.
Uma garota de cabelos castanhos e curtos surgiu de uma porta atrás dele. Trazia uma boina verde na cabeça e vestia um casaco de couro marrom.
- Sim, Seth?
- Pegue suas coisas e chame os outros juízes.
- Todos?
- Se eu mandei chamar os outros, é porque são todos, garota tola. Sim, todos. Nós estamos saindo em missão.
- E como fica o bar?
- Esqueça o bar, garota! Há coisas mais importantes com as quais nós devemos nos preocupar.
Narrativa #1 - Os Juízes do Silêncio
A sala estava cheia de pó escuro. Pedaços de vidro e hastes de metal jaziam por toda a parte. Várias poções haviam se derramado sobre as mesas e rolos de pergaminho agora se desfaziam na solução que borbulhava no chão.
Parnacus não fora conhecido por seu autocontrole durante a vida. Agora, semivivo dentro daquele orbe, isto não mudara. Podia ver e ouvir o que se passava do outro lado do mar, no recôndito de cada floresta, mas não podia mover a si mesmo. Embora tivesse se tornado quase um deus, havia um preço. Sua consciência transcendente se perdia em devaneios frequentes e isso o assustava. A cada dia, temia deixar para trás aquilo que o individualizava, se mesclando à Vontade da natureza. Temia se perder em viagens astrais, incapaz de saber quem era ou de onde viera.
O corpo do velho estava no chão. Descansava a cabeça numa poça do próprio sangue. Parnacus trespassara seu crânio com uma estalactite durante o acesso de fúria.
Na penumbra verde, o espírito cristalizado do arquimago pensou e refletiu. Horas se passaram, dias. Para ele pareciam meses, anos, séculos. Após mergulhar na memória e na profunda consciência que adquirira, foi acometido por uma epifania, e o orbe brilhou com seu ímpeto.
Como a serpente que rasteja para fora da toca, a consciência de Parnacus deslizou para fora da caverna e por sobre o deserto. Buscou longe entre as mentes fervilhantes de uma grande cidade, até encontrar quem procurava.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEirMESbaeNmBmEBkQcd9ePyDknd9QqSUa7RGsRSItavKPNzKpmQO1ZevUG2vAiTksFNEN_BWfmmtfTroveyYPd4M8mDYPWiaEseRjKaz5Ii-ZB5gM6QlKjn9c7ECJz0A1qqJMLUHXwRwG0/s1600/Seth.jpg)
Diferente dos paladinos, aqueles que Seth treinavam não se submetiam a deus algum. Não usavam da magia branca. Agiam como foras-da-lei, invadindo casas e castelos como gatunos, carregando lâminas escondidas, armas contrabandeadas de Khalifor e apetrechos mecânicos criados pelos povos orientais.
- Seth... - chamou o Orbe e o velho parou de limpar a mesa que esfregava com vigor.
- Você de novo, hein? Io non irei ser novamente capacho. - pensou Seth, respondendo ao arquimago.
- Sabes que eu vejo a tudo, Sethrakian. Há algo que tu deves fazer por mim. - com sua magia, o orbe mostrou ao velho lampejos de memória, dando-lhe conhecimento do grupo que entrara em sua caverna e a carga tão preciosa que eles carregavam - Tens de tomar estas cartas de volta, homem velho. Ou ensinar a estes noviços como domá-las.
- Já tenho mais discípulos do que quero. Dispenso.
- Eles estão a combater o elfo escuro também.
À menção daquele, o velho se empertigou. Olhando para sua bengala negra, cujo lobo de prata no topo o encarava, Seth pigarreou.
- Então nossos caminhos hão de se cruzar.
- Um deles irá se separar dos outros. Se não achá-lo antes, o outro vai tomar para si uma das cartas.
- Basta. Leva essa tua voz irritante para outro lugar, tenho coisas para cuidar.
Tão logo a presença de Parnacus se desfez, Seth sentou na cadeira atrás do balcão. Agarrando o topo da bengala com firmeza, girou o lobo no próprio eixo e o objeto estalou. Lentamente, puxou a lâmina que trazia escondida dentro do bastão escuro.
- Kisara! - chamou ele.
Uma garota de cabelos castanhos e curtos surgiu de uma porta atrás dele. Trazia uma boina verde na cabeça e vestia um casaco de couro marrom.
- Sim, Seth?
- Pegue suas coisas e chame os outros juízes.
- Todos?
- Se eu mandei chamar os outros, é porque são todos, garota tola. Sim, todos. Nós estamos saindo em missão.
- E como fica o bar?
- Esqueça o bar, garota! Há coisas mais importantes com as quais nós devemos nos preocupar.
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