domingo, 23 de agosto de 2015

Narrativa #9: O Cavaleiro de Dragão

    Bem vindos de volta! Esta narrativa conta fatos offgame, que os jogadores não fizeram parte - ao menos não diretamente. As narrativas como esta serão um modo de mostrar as pequenas e grandes mudanças que os jogadores causaram em Tellerian, para o bem ou para o mal, assim como contextualizar cidades, povos, lugares e pessoas.
    Os fatos a partir daqui contados se referem à 2ª Temporada de Tellerian, 84 anos após a campanha original. Os personagens desta vez são: o pistoleiro de Khalifor Yttrium (Luis - que trocou de personagem, uma vez que Belgest concluiu sua missão), um atirador de elite, oficial do Juízo do Silêncio; Arda Dru'um (Neto Adaak também concluiu sua missão, saindo de cena junto de Belgest), um necromante dedicado à caçar e destruir o Culto da Lua Sangrenta; o clérigo Érebor (Eddie), com um passado sombrio e uma conexão simbiótica com um espírito das trevas chamado de Umbra; Pata Sangrenta (Caio - após a morte de Raduh e a saída de Arnold), o último meio-orc da tribo do U'Canis, que foi dizimada por Hogg; Lilrelei, ou Liu, (Mateus), um ladino explorador meio elfo; e Miryo (Sara), uma ranger desertora da Ethos, cuja família foi assassinada pela própria instituição, fato que ela descobriu tardiamente.

Narrativa #9 - O Cavaleiro de Dragão

   A fera alada desceu sobre a caravana gritando com uma voz aguda que levou todos a cobrirem os ouvidos. Cavalos se desesperaram e derrubaram seus cavaleiros.
   Relâmpagos percorreram a pele lisa e chicotearam os homens de armadura abaixo, carbonizando-os dentro de suas roupas metálicas. Do torso do trapaceiro das marés, Tarumon brandiu sua lança, que se esticou para atingir os soldados desesperados.

   - Trovãonegro, para cima! - Gritou ele.

   Com um bater de asas, o dragão se afastou da terra, subindo em espiral. Acima deles, as nuvens já se aglomeravam num escuro presságio de tempestade. O cavaleiro rúnico olhou para baixo, vendo os confusos soldados da Ethos se reagrupando; dois quilômetros a frente, outro grupo de homens à cavalo avançavam na direção das montanhas.
   Tarumon tirou duas pedras de uma algibeira no cinto, arremessando-as para baixo. As runas tocaram o solo, transformando-se em explosões de fogo e fumaça. Cavalos em chamas fugiram sem rumo, atropelando os incautos; soldados sentiram suas peles queimarem, grudando no metal enegrecido pela fumaça. Os gritos puderam ser ouvidos mesmo lá do alto.

   Miltretas foi arremessada e, ao atingir o chão, fincou-se na terra e se transmutou num bosque disforme de metal, forçando a parada de todo o grupo. Com outro rugido penetrante.
    Como o Fundador afirmara. Homens e anões, um gigante ruivo e a própria Mão.

   Os homens já sacavam as armas quando Belar ergueu o punho num sinal militar. Confusos, os homens embainharam as espadas à contragosto.

   - Velho amigo. - Belar sorriu. - Bela montaria.

   - Seu bode também não é de se jogar fora. - Tarumon riu, removendo o elmo. - Espero não ter chegado tarde.

   - O que houve com seu chifre?

   O tiefling levou a mão ao chifre esquerdo, partido quase na metade.

   - Tentei confrontar Hogg. Não fui bem sucedido.

   - Estou vendo... Onde está Rafiki?

  - Investigando. Ele acredita ter descoberto a identidade real do nosso inimigo, portanto está buscando mais informações que possam nos dar alguma vantagem.

   - E teve algum progresso?

  - Teremos mais tempo de falar quando estivermos seguros, mas adianto-lhe uma coisa: Rafiki acredita que nosso inimigo possui um sósia, um resquício de um ritual que o salvou da morte, um meio de exterminá-lo sem confronto direto.

   Deixando Belar com suas dúvidas, Tarumon puxou as rédeas e Trovãonegro alçou voo. Miltretas desapareceu num feixe de luz dourada, reaparecendo como um bracelete em volta do punho do tiefling.
    Abismados, os soldados da Mão se entreolharam, começando a compreender o que seu líder havia dito sobre ser impossível vencerem sozinhos. 

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