Bem vindos de volta! Esta narrativa conta fatos offgame, que os jogadores não fizeram parte - ao menos não diretamente. As narrativas como esta serão um modo de mostrar as pequenas e grandes mudanças que os jogadores causaram em Tellerian, para o bem ou para o mal, assim como contextualizar cidades, povos, lugares e pessoas.
Os fatos a partir daqui contados se referem à 2ª Temporada de Tellerian, 84 anos após a campanha original. Os personagens desta vez são: o pistoleiro de Khalifor Yttrium (Luis - que trocou de personagem, uma vez que Belgest concluiu sua missão), um atirador de elite, oficial do Juízo do Silêncio; Arda Dru'um (Neto - Adaak também concluiu sua missão, saindo de cena junto de Belgest), um necromante dedicado à caçar e destruir o Culto da Lua Sangrenta; o clérigo Érebor (Eddie), com um passado sombrio e uma conexão simbiótica com um espírito das trevas chamado de Umbra; Pata Sangrenta (Caio - após a morte de Raduh e a saída de Arnold), o último meio-orc da tribo do U'Canis, que foi dizimada por Hogg; Lilrelei, ou Liu, (Mateus), um ladino explorador meio elfo; e Miryo (Sara), uma ranger desertora da Ethos, cuja família foi assassinada pela própria instituição, fato que ela descobriu tardiamente.
Narrativa #8 - Fuga de Aeris
- Por aqui, senhor. – O imenso cavaleiro abriu o portão erguendo a grade com uma única mão. Tinha os cabelos ruivos desgrenhados e semi-encobertos por um capuz puído de couro.
Aos pés do Primeiro Legionário, dois homens de armadura e vestes vermelhas jaziam para além da vida. A cabeça de um deles havia sido esmagada contra a parede, enquanto o outro ainda tinha a marca escura da mão do gigante em volta do pescoço.
Belar tinha o escudo preso às costas, um grande escudo com uma pedra azul no centro. Os detalhes da armadura de Throndil emanavam uma luz dourada muito tênue, que o anão escondia sob um manto grosso de pele escura.
- Mantenha sua espada pronta, Iorek. Podemos encontrar vigias ou batedores mais perigosos que estes dois.
O gigante mostrou seus dentes, que eram como presas, num sorriso feroz. Sacou a grande espada negra que tinha às costas com uma única mão.
Atravessaram a praça à passo rápido, evitando a luz das lamparinas. O gigante ruivo avançava metros a frente, checando as esquinas em busca de inimigos ocultos.
Levaram quase uma hora para cruzar a cidade e chovia quando chegaram à mansão. Quatro soldados abriram a porta ao reconhecerem a Mão. No pátio, duzentos homens ou mais esperavam pelo líder. Apenas os mais leais dos seus subordinados. Não trajavam as roupas nem ostentavam insígnias da Ethos. Assemelhavam-se a uma pequena companhia de mercenários.
Belar baixou o capuz e os homens se aprumaram, levantando o punho direito ao peito em cumprimento.
- Relaxar. – disse ele, devolvendo o martelo de batalha ao cinto.
Os soldados se reuniram em volta dele com faces preocupadas. Alguns eram jovens, outros já tinham cabelos grisalhos. Humanos de Solamne; nórdicos e khalifornianos; alguns poucos halflings; e meia centena de anões.
- Bravos companheiros... – Belar acariciou sua barba já cheia de fios grisalhos e lembrou-se de como seu antigo companheiro o fazia. – A hora é escura e terrores se arrastam pelas sombras. Estão aqui apenas aqueles que eu considero mais fiéis a mim e à causa de Meihëm. Uma força das trevas cresce no nosso mundo. Um mal tão terrível que foi capaz de corromper homens da fé e rastejar para dentro de nossa ordem. Despercebido, se multiplicou como uma praga em nossas fileiras, mesmo dentro da Elite.
Exclamações e olhares conturbados foram trocados entre os soldados até que alguém perguntasse:
- Quem?!
Belar ergueu os olhos para o gigante e Grande B falou com sua voz gutural:
- Nike Salasca e Al-Necario, Yudith de Azuril e Mordred Açoverde. – expressões incrédulas foram a única resposta. – Magnus e seus legionários queimaram a catedral de Sambúrdia. Lovecraft foi sequestrado e está desaparecido, tal como general Aran. Perdemos todo o contato com a Veridiana e Madame Cuthbert provavelmente está morta. E isso é só o bafo do dragão.
- Está se tornando muito perigoso para mim ficar em Aeris. Temo pela minha própria vida. Além disso, esta batalha não será vencida pela Ethos apenas. – Belar respirou e bufou, olhando para seus aliados. – Há um mês enviei meu próprio neto para encontrar o homem que vocês conhecem por Fundador. Já é tempo de acabar com essa guerra; os orcs de Hogg são uma ameaça crescente, mesmo desse lado do mar, coisas macabras estão se levantando...
Uma pausa longa se esticou, enquanto esperavam sob a chuva.
- Estamos partindo para minhas minas, nas montanhas. Outros nos encontrarão lá, mas primeiro precisamos passar pelas legiões de traidores que buscam por mim nos condados à nossa volta. – A chuva aumentava, então Belar elevou a voz. – A guerra bate à nossa porta, meus amigos. E hoje nós lhe daremos as boas vindas.
Os homens berraram e deram sorrisos ferozes, montando em seus cavalos. Duas carroças de provisões foram puxadas dos estábulos, junto do bode que Belar montava e do imbu - o cervo gigante e negro - de Grande B.
Partiram à galope, cruzando a cidade. Tão logo passaram pelas primeiras colinas, foram flanqueados por uma centena de cavaleiros. O som das suas espadas foi apenas mais um ruído em meio à tempestade.
- Por aqui, senhor. – O imenso cavaleiro abriu o portão erguendo a grade com uma única mão. Tinha os cabelos ruivos desgrenhados e semi-encobertos por um capuz puído de couro.
Aos pés do Primeiro Legionário, dois homens de armadura e vestes vermelhas jaziam para além da vida. A cabeça de um deles havia sido esmagada contra a parede, enquanto o outro ainda tinha a marca escura da mão do gigante em volta do pescoço.
Belar tinha o escudo preso às costas, um grande escudo com uma pedra azul no centro. Os detalhes da armadura de Throndil emanavam uma luz dourada muito tênue, que o anão escondia sob um manto grosso de pele escura.
- Mantenha sua espada pronta, Iorek. Podemos encontrar vigias ou batedores mais perigosos que estes dois.
O gigante mostrou seus dentes, que eram como presas, num sorriso feroz. Sacou a grande espada negra que tinha às costas com uma única mão.
Atravessaram a praça à passo rápido, evitando a luz das lamparinas. O gigante ruivo avançava metros a frente, checando as esquinas em busca de inimigos ocultos.
Levaram quase uma hora para cruzar a cidade e chovia quando chegaram à mansão. Quatro soldados abriram a porta ao reconhecerem a Mão. No pátio, duzentos homens ou mais esperavam pelo líder. Apenas os mais leais dos seus subordinados. Não trajavam as roupas nem ostentavam insígnias da Ethos. Assemelhavam-se a uma pequena companhia de mercenários.
Belar baixou o capuz e os homens se aprumaram, levantando o punho direito ao peito em cumprimento.
- Relaxar. – disse ele, devolvendo o martelo de batalha ao cinto.
Os soldados se reuniram em volta dele com faces preocupadas. Alguns eram jovens, outros já tinham cabelos grisalhos. Humanos de Solamne; nórdicos e khalifornianos; alguns poucos halflings; e meia centena de anões.
- Bravos companheiros... – Belar acariciou sua barba já cheia de fios grisalhos e lembrou-se de como seu antigo companheiro o fazia. – A hora é escura e terrores se arrastam pelas sombras. Estão aqui apenas aqueles que eu considero mais fiéis a mim e à causa de Meihëm. Uma força das trevas cresce no nosso mundo. Um mal tão terrível que foi capaz de corromper homens da fé e rastejar para dentro de nossa ordem. Despercebido, se multiplicou como uma praga em nossas fileiras, mesmo dentro da Elite.
Exclamações e olhares conturbados foram trocados entre os soldados até que alguém perguntasse:
- Quem?!
Belar ergueu os olhos para o gigante e Grande B falou com sua voz gutural:
- Nike Salasca e Al-Necario, Yudith de Azuril e Mordred Açoverde. – expressões incrédulas foram a única resposta. – Magnus e seus legionários queimaram a catedral de Sambúrdia. Lovecraft foi sequestrado e está desaparecido, tal como general Aran. Perdemos todo o contato com a Veridiana e Madame Cuthbert provavelmente está morta. E isso é só o bafo do dragão.
- Está se tornando muito perigoso para mim ficar em Aeris. Temo pela minha própria vida. Além disso, esta batalha não será vencida pela Ethos apenas. – Belar respirou e bufou, olhando para seus aliados. – Há um mês enviei meu próprio neto para encontrar o homem que vocês conhecem por Fundador. Já é tempo de acabar com essa guerra; os orcs de Hogg são uma ameaça crescente, mesmo desse lado do mar, coisas macabras estão se levantando...
Uma pausa longa se esticou, enquanto esperavam sob a chuva.
- Estamos partindo para minhas minas, nas montanhas. Outros nos encontrarão lá, mas primeiro precisamos passar pelas legiões de traidores que buscam por mim nos condados à nossa volta. – A chuva aumentava, então Belar elevou a voz. – A guerra bate à nossa porta, meus amigos. E hoje nós lhe daremos as boas vindas.
Os homens berraram e deram sorrisos ferozes, montando em seus cavalos. Duas carroças de provisões foram puxadas dos estábulos, junto do bode que Belar montava e do imbu - o cervo gigante e negro - de Grande B.
Partiram à galope, cruzando a cidade. Tão logo passaram pelas primeiras colinas, foram flanqueados por uma centena de cavaleiros. O som das suas espadas foi apenas mais um ruído em meio à tempestade.
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