sábado, 30 de agosto de 2014

Pré Narrativa #4 - O Orbe do Dragão

    Salve! Este é o início de uma série (muito provavelmente longa) de reportes de aventura, contando as aventuras e (mais recorrentes) desventuras do maior grupo de heróis desbravadores que Tellerian já viu. Antes que os reportes comecem, inicio com a narração de eventos muito anteriores à campanha, consistindo de alguns eventos dos backgrounds do personagem e bases da história.
    Os personagens são a elfa ladina Laurana (Julia), o elfo monge Gadeus (Neto), o bárbaro meio orc Ugo (Caio), o feiticeiro meio anjo Kaly (Eddie), a paladina draconato Brianna (Marcela) e o arcanista  milenar Rafiki (Arthur).

Pré Narrativa #4 - O Orbe do Dragão

   Antes que elfos, humanos e anões se tornassem as raças mais populosas de Tellerian; a terra, os céus e o mar pertenciam aos dragões. Vermelhos, verdes e negros nas montanhas, planícies e pântanos; azuis nos mares e brancos nos picos gelados do norte.

   Orgulhosos e egoístas, tinham pouca tendência a viver em conjunto, mas ainda assim construíram três magníficas e gigantescas cidades: Panferlax nas cordilheiras de Balgard, Khaderlax no norte longínquo e Thrandlax no meio do mar que hoje chamam de Mar Dracônico.

    Paz não era algo comum naqueles tempos e as guerras dracônicas assolaram todas as regiões conhecidas de Tellerian e também aos continentes inexplorados de além mar. Após uma guerra que deixou o mar fervilhando e as montanhas como presas flamejantes, os reis dragões se reuniram, clamando por paz.

   Um acordo foi feito, cada rei dragão forjou um orbe e uma chave, secretamente colocando-os sob a guarda de dois outros reis dragões. Aquele que possuísse ambos, orbe e chave, controlaria toda uma raça. Assim, se alguma das espécies estivesse em guerra, bastava que dois guardiões se unissem para cessá-la.

    Duas vezes os dragões guerrearam, mas os guardiões uniram-se, cessando a guerra. A submissão forçada era algo que o ego dracônico não podia suportar, então a lição foi aprendida, as guerras cessaram e a paz abraçou o mundo.
   Tellerian pôde, enfim, florescer. Os dragões se afastaram, muitos procurando covis em águas profundas, montanhas inalcançáveis ou terras inexploradas. As raças menores conseguiram finalmente tomar para si aquelas terras, conhecendo apenas como um temor infundado, uma lenda antiga ou uma história esquecida, aqueles que um dia reinaram sem rivais. A era dos dragões acabou.
 
   Setenta anos antes da aventura, Vermillion, o rei dos dragões vermelhos, finalmente localiza o guardião do Orbe Vermelho. Já em posse da chave, conseguida através de um grupo de aventureiros, entre eles Azira e seu quase carrasco, Kha; o dragão se infiltra na cidade anã de Igard, transformando-se num anão ruivo.

   Dentro da cidade, identifica o guardião do Orbe, Serenithas, um guerreiro e clérigo anão, portador da Mormegil, a Ceifadora de Dragões. O dragão, após emboscar Serenithas, investe contra ele, mas é repelido por uma poderosa magia; em fúria, tenta transformar-se, mas sob as montanhas consegue apenas se ferir, destruindo casas e provocando uma avalanche no processo.
    Tentando salvar as vidas daqueles que amava, o clérigo percorre caminhos secretos, levando o dragão, agora um anão ruivo, para fora. Serenithas, sabendo que logo seria alcançado, percorre incessantemente a planície, montado em seu cavalo de Hellheim, Sombraveloz. Por três dias e três noites Serenithas fugiu para o oeste sem cessar, caçado por Vermillion em sua poderosa e gigantesca forma.
    Exausto, Sombraveloz por fim parou e Serenithas decidiu que haveria de lutar. Conjurou um dos maiores poderes que o Orbe sozinho haveria de realizar: forçou Vermillion à sua forma anã. Ainda assim, o rei dragão era por demais poderoso para que um único guerreiro o vencesse, por mais poderoso que fosse. Serenithas acertou a face do rei dragão, marcando-a para sempre e tirando um grito feroz, mas Vermillion o trespassou com sua lança, arrancando o Orbe de sua mão, voltando a sua forma dracônica, o que destruiu toda uma vila e recuando para seu covil, sofrendo de uma dor excruciante.

   Em seus momentos finais, Serenithas foi amparado por Murdock, um jovem cuja família foi morta por Vermillion ao destruir a vila. Juntos na dor, os dois, humano e anão, fizeram um pacto: Serenithas usaria de toda a força que lhe restava para abençoar o jovem e este empunharia a espada do clérigo para findar com a cruel e impiedosa vida do dragão.

   No entanto, a benção era também uma maldição. Murdock viu-se incapaz de morrer, independente de que tipo de ferimento sofresse, embora a dor dos ferimentos o seguisse por muito tempo. Montado no cavalo negro que um dia havia sido do clérigo e empunhando a espada de lâmina negra que rasgara a face do rei dragão, o espadachim converteu-se numa implacável força, destinada a matar Vermillion para enfim descansar em paz.

   Anos depois, uma sacerdotisa atraiu a atenção de Vermillion, que finalmente descobriu o que os mortais haviam de chamar de amor. Esta, após ser violentada por um líder orc, Dagmar, deu a luz a uma criança monstruosa, que o dragão passou a defender. Ugo, o meio orc, teve como mentor e pai um anão ruivo, marcado com um profundo corte na face. Quando Ugo tornou-se um rapaz, Vermillion trouxe até si os aventureiros que, ignorantes, o haviam entregue a chave, tornando Ugo o escudeiro de um dos anões para que amadurecesse e um dia retornasse.

Nenhum comentário:

Postar um comentário